O repto para este trabalho foi colocar frente a frente as mais recentes novidades no sector das utilitárias de média cilindrada: a Kawasaki ER-6F e Yamaha XJ6 Diversion, com a já bem cimentada Honda CBF 600 SA. Aqui fica a faltar a Suzuki Bandit 650 S, indisponível para o teste, uma excelente moto, bastante bem conhecida de todos e cujas características nos fazem ficar ainda mais desapontados por a não termos podido incluir neste lote.
Comecemos pelas duas recém-chegadas ao mercado:
A Kawasaki é a moto que mais difere neste lote, apresentando-se com uma unidade bicilíndrica paralela de 649 cc. A ER-6f apresenta-se este ano renovada, com uma cara nova. Se no campo mecânico as diferenças para o modelo anterior não são muitas, já no estético dá uma volta de 180º. Este modelo passa de uma presença pouco marcante, bastante discreta mesmo, e desequilibrada, para uma silhueta que é, à sua dimensão, apaixonante.
Para os idólatras das linhas angulosas da nova geração de desportivas da Kawasaki, a ER-6f é a resposta perfeita, se procura uma moto com prestações mais contidas e mais utilizável no dia-a-dia. Se tivesse Ninja escrito em alguma das carenagens, tal como acontece com a 250 cc, passaria facilmente por uma unidade desportiva. Mas não é essa a sua finalidade, já que esta é uma utilitária.
No caso da Yamaha estamos perante um modelo totalmente novo, que procura reeditar o sucesso das Diversion. No campo das utilitárias de média cilindrada a Yamaha apoiou-se, até ao ano passado, na Fazer, um modelo que não cumpria na totalidade o que era pretendido para este segmento, com um preço um pouco mais elevado e um motor de características demasiado desportivas.
A nova Diversion vem oferecer aquilo que se procura num segmento de entrada, um bom equipamento, motor solícito e com prestações aceitáveis, uma estética jovem e, acima de tudo, um preço difícil de contestar. O motor tem por base a unidade da Fazer, das FZ6, mas a cabeça e alimentação foram profundamente revistas, para conseguir uma resposta mais linear ao longo de toda a faixa de utilização. A ciclística é simples e a estética muito equilibrada, com a pequena semi-carenagem e muito apelativa.
Já com alguns anos no mercado, a Honda CBF 600 SA, ganhou fama pelo seu motor muito suave e “redondo”, pelo seu nível de conforto e capacidade de enfrentar a estrada em viagem com dois ocupantes.
Embora já com algum tempo entre nós, a Honda tem elementos que marcam a diferença, como o quadro em alumínio e o sistema de travagem combinado e com ABS de série (nas outras duas só há ABS em opção), mas o seu preço fica um bocado desajustado face às adversárias. Mas vejamos o que cada uma é capaz em utilização.
Acessíveis e completas
Quando nos sentamos aos comandos destas três motos encontramos diferenças bastante grandes, com dois modelos nos extremos no que respeita a dimensões. No que toca à altura do assento, todas elas são bastante baixas, como convém para motos que se destinam a uma utilização descontraída.
Contudo, de entre elas, a Kawasaki é claramente mais acessível. O seu motor bicilíndrico e o pouco volume de toda a moto, garante que esta seja muito estreita na zona do assento e depósito. Em oposição a Honda, ainda que com um assento baixo, é a mais volumosa de todas, mas também tem a vantagem de ter mais espaço para os ocupantes.
A Yamaha é pequena como a Kawasaki, mas o seu motor de quatro cilindros ocupa mais espaço na zona das pernas. No que à posição de condução diz respeito, a Honda coloca-nos muito dentro da moto com um guiador muito alto em relação ao assento, com os pousa-pés bem colocados a não obrigar as perna a ficarem muito dobradas. A Kawasaki é muito estreita na zona do deposito, com uma curta distância entre o guiador e o assento e cuma boa altura face aos pousa-pés. É excelente para pessoas de menor estatura. A Yamaha XJ6 Diversion, não diferindo muito da postura da Kawasaki, que nos coloca mais sobre a direcção, é um pouco maior e acaba por ser a mais equilibrada de todas.
No que respeita à protecção aerodinâmica, esta é mais ampla na CBF, mas a posição mais direita coloca-nos pior posicionados para suportar a deslocação de ar. A Kawasaki, embora tenha menos protecção, tem uma posição que nos permite encaixar melhor e o ecrã é bastante largo em cima, criando uma ampla cobertura. A Yamaha é mais estreita e baixa na frente e a que menos protege.
Para quem tem no lugar de passageiro um ponto fundamental na escolha da sua nova moto, a solução não é difícil de encontrar, a Honda é a que oferece mais espaço para o passageiro, o assento mais amplo e as melhores pegas para este se segurar. Entre a Kawasaki e a Yamaha a diferença é pouca, sendo ambas relativamente confortáveis. Entre elas a Kawasaki tem vantagem na posição, com a perna a ficarem menos curvadas, mas a Yamaha, mesmo com pegas relativamente pequenas, ganha às da Kawasaki.
No que à motorização diz respeito, temos dois tipos de motores, de dois e quatro cilindros, que resultam em comportamentos bastante distintos. Entre a Honda e a Yamaha poucas diferenças encontramos, se bem que a primeira responda melhor até médios regimes. No que respeita à Yamaha, esta está muito melhor no baixos e médios regimes, quando comparada com as anteriores Fazer, respondendo sempre. Ainda assim, sente-se alguma prisão até serem suplantadas as 7.000 rpm, em especial quando se compara com o solícito bicilíndrico ou o redondo motor da Honda. Passada esta fase o motor da Yamaha tem uma alegria contagiante. Muda o tom de escape, quase como uma desportiva, e só começa a dar mostras de querer outra relação de caixa já quase a aflorar as 11.000 rpm.
A Honda apresenta umas suspensões algo secas no comportamento, não são desconfortáveis porque apresentam alguma maciez, mas não trabalham tão bem como as duas restantes. Entre a Kawasaki e a Yamaha temos dois produtos diferentes, a ER6f apresenta um tacto mais firme, com um maior controlo dos movimentos, enquanto que as suspensões da Yamaha são mais macias, não dando um tacto tão perfeito nem o mesmo nível de informação. Contudo, estas têm a vantagem de trabalhar melhor, mantendo sempre um excelente controlo mesmo em pisos em pior estado.
Conclusão
No final do trabalho, fica claro que as duas novidades chegaram para marcar novos patamares de exigência, e nem o excelente sistema de travagem da Honda justifica a diferença de preço existente para as outras duas. Entre elas a Kawasaki apresenta-se uma escolha muito equilibrada, com um motor muito elástico, dimensões perfeitas para quem anda muito em cidade e uma excelente protecção aerodinâmica tendo em conta o tamanho da sua carenagem. A Yamaha parece ter sido uma moto desenhada para o mercado nacional. Oferece excelentes prestações, um comportamento de ciclística muito são e uma grande agilidade, com um motor de quatro cilindros moderno e um preço difícil de igualar.
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